Setembro Amarelo: como contribuir para prevenção do suicídio?
Postado em 03/09/21Como contribuir para prevenção do suicídio? O mês de setembro é marcado por uma das campanhas relacionadas à saúde mental mais importantes do ano: Setembro Amarelo, voltada para prevenção do suicídio. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, basta olhar os dados: suicídio é a 3ª causa de morte de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos.
Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2021, tivemos cerca de 12.895 casos em 2020, o que mostra uma tendência de alta, já que em 2012 tivemos cerca de 6.905 casos. Os estados que apresentaram o maior número no ano passado foram São Paulo, Minas Gerais e Porto Alegre, nessa ordem.
Para evitar que esse cenário piore, precisamos nos unir e difundir informações relevantes sobre o assunto. Reunimos algumas neste texto. Confira!
Setembro Amarelo: quais medidas podemos adotar para prevenir o suicídio?
Entre todas as medidas possíveis, identificar os sinais de comportamento suicida e incentivar a pessoa em questão a procurar ajuda profissional é o mais importante. O acolhimento é indispensável, mas a orientação profissional é o melhor caminho para se salvar uma vida.
Além disso, devemos observar sem julgar, demonstrar empatia e entender a diferença entre ouvir e escutar. Ao contrário do que diz o imaginário popular, a maior parte das pessoas dá sinais de que está cogitando cometer suicídio e está aberta a receber ajuda. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a prevenção é possível em 90% dos casos.
Para ajudar na identificação, vale mencionar alguns dos fatores de risco listados pelo Brazilian Psychiatric Association guidelines for the management of suicidal behavior (Diretrizes da Associação Brasileira de Psiquiatria para lidar com comportamento suicida, em tradução livre), criado pela Associação Brasileira de Psiquiatria:
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Abuso de álcool, cigarro e outras drogas;
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Histórico de suicídio entre familiares;
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Transtornos de imagem corporal;
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Maus-tratos na infância;
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Violência na comunidade;
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Automutilação frequente;
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Desordens de humor;
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Obesidade;
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Relacionamento familiar ruim;
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Estresse pós-traumático;
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Esquizofrenia;
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Problemas de sono associados a doenças psiquiátricas;
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Desemprego;
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Dor intensa.
Pessoas que convivem com algum dos problemas listados acima podem desenvolver quadros de depressão e, eventualmente, podem cometer atos contra a própria vida.
Para ajudar, além de buscar a orientação profissional que mencionamos anteriormente, também é importante incentivar que a pessoa em questão tenha mais contato com os chamados “fatores de proteção”, que são elementos que inibem o comportamento suicida. Alguns que merecem destaque são:
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Bom relacionamento familiar;
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Boas habilidades sociais;
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Autoconfiança em situações e realizações;
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Procurar aconselhamento diante de escolhas importantes;
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Estar aberto às experiências e soluções sugeridas por outras pessoas;
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Integração social (participar de clubes, igrejas, praticar esportes, etc)
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Cultivar bons relacionamentos com colegas de escola e/ou trabalho.
Há ainda a opção de buscar ajuda gratuita pelo Centro de Valorização da Vida (CVV) - tel 188 ou www.cvv.org.br. Em casos de riscos iminentes, ligue para 190 (emergência policial) ou 192 (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU).
Casos de depressão moderada ou grave podem ser tratados pelo SUS, através dos centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que fazem parte da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), responsável pela formulação de diretrizes e estratégias em saúde mental.
Para quem quer se aprofundar ainda mais no assunto, há a possibilidade de fazer um curso de Prevenção ao Suicídio, criado pela Universidade Federal de Santa Catarina, disponibilizado pelo UNA-SUS na modalidade de ensino à distância.
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