Saúde Feminina: o que é endometriose?
Postado em 25/03/22Endométrio é uma mucosa que reveste a parede interna do útero. Suas células podem sofrer com ações inflamatórias e, ao invés de serem expelidas, como ocorre normalmente, começam a migrar no sentido oposto e podem chegar a locais fora da cavidade uterina, onde voltam a se multiplicar e sangrar.
Essa afecção (modificação no funcionamento normal do organismo) é chamada de endometriose. Por causa dela, fragmentos do endométrio podem se fazer presentes em outros órgãos da pelve, como trompas, ovários, intestinos e bexiga.
Silenciosa e dolorosa, a estimativa é de que uma a cada 10 mulheres sofra com os sintomas da doença e desconheça a sua existência. Só em 2021, mais de 26,4 mil atendimentos foram feitos no Sistema Único de Saúde (SUS), e oito mil internações registradas na rede pública de saúde.
Quais são os sintomas causados pela endometriose?
Ainda não se sabe exatamente quais são as causas da endometriose, e a inflamação pode ser assintomática.
Entretanto, o tecido endometrial fora do útero reage aos hormônios da mesma forma que o normal e isso pode desencadear a manifestação de sintomas. Quando isso ocorre, os mais comuns são dor, sangramento e infertilidade. A dor pode se apresentar de diversas formas, como:
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Cólica menstrual intensa e dor durante a menstruação;
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Dor pré-menstrual;
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Dor durante relações sexuais;
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Dor difusa ou crônica na região pélvica;
Outros possíveis sinais são alterações intestinais, sangramentos menstruais intensos e fadiga crônica.
A endometriose pode ser classificada de acordo com suas características. Dessa forma, pode ser peritoneal superficial (é a forma mais comum, caracterizada pela presença de tecido endometrial de forma superficial sobre a região do peritônio), endometriose de ovário ou endometrioma (quando existem cistos localizados nos ovários) ou endometriose profunda (é a forma mais grave, caracterizada pela presença de implantes de tecido endometrial em uma profundidade superior à 0,5 centímetro, principalmente no intestino e na região atrás do útero).
A idade média para diagnóstico da endometriose é de 27 anos, mas a inflamação pode atingir mulheres de qualquer idade, inclusive adolescentes. A hereditariedade faz parte dos fatores de risco, principalmente entre parentes de primeiro grau (mães, irmãs e filhas). Também há uma propensão maior de atingir mulheres com as seguintes características:
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Tiveram a primeira gestação após os 30 anos de idade;
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Nunca passaram por uma gestação;
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Começaram a ter a menstruação antes da época normal ou pararam de menstruar depois da época normal;
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Têm ciclos menstruais curtos (inferior a 27 dias), com fluxo intenso e que duram mais de oito dias;
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Têm determinadas anomalias estruturais no útero.
Laparoscopia é o principal procedimento utilizado para diagnosticar o distúrbio. Biópsia, ultrassonografia ou ressonância magnética também podem ser solicitados pelo médico responsável pelo caso.
O tratamento varia de acordo com cada caso. O especialista pode receitar o uso de medicamentos anti-inflamatórios, inibidores de atividade do ovário ou até mesmo intervenção cirúrgica para remover os tecidos. Em alguns casos, a remoção do útero pode se fazer necessária.
A endometriose nem sempre manifesta sintomas, por isso é importantíssimo manter as visitas de rotina ao médico em dia. Em exames de check-up, o especialista pode notar a presença de massas incomuns, dor, sensibilidade anormal ou outros sinais que auxiliem a identificar o distúrbio precocemente.
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