Exames pANCA e cANCA: o que são e como atuam no diagnóstico de doenças reumatológicas?
Postado em 13/05/22Os anticorpos são proteínas produzidas por nosso sistema de defesa que impedem que combatem organismos patogênicos para impedir que desencadeiem danos ao nosso organismo.
Normalmente, nosso sistema imunológico consegue reconhecer as proteínas do próprio corpo e produzir anticorpos que atacam apenas aquelas identificadas como estranhas e potencialmente prejudiciais.
Entretanto, por razões ainda não muito claras, é possível que o sistema de reconhecimento apresente falhas e os anticorpos direcionem seus ataques às células e tecidos dos próprios corpos. Esses são os autoanticorpos, responsáveis pelos distúrbios autoimunes. Mas vale mencionar: a presença de autoanticorpos não implica necessariamente em presença de doença autoimune.
Como os exames pANCA e cANCA podem auxiliar a diagnosticar distúrbios autoimunes?
Os anticorpos anticitoplasma de neutrófilos, também chamados de ANCA, são autoanticorpos heterogêneos que reagem com múltiplos antígenos presentes nos neutrófilos, a primeira linha de reconhecimento e defesa do organismo, e também com lisossomos dos monócitos. Basicamente, são proteínas que atacam o citoplasma.
Possuem duas variações que se diferenciam de acordo com o antígeno com o qual reagem. Quando estão associados a anticorpos antiproteinase 3, são denominados de cANCA. Já os casos em que os anticorpos incluem um marcador mieloperoxidase são chamados de pANCA.
A reação desses autoanticorpos é um importante indicativo de vasculites, por isso é solicitado quando há suspeita de granulomatose de Wegener, Poliangiite microscópica (PAM) e síndrome de Churg-Strauss. Também são um forte sinal de poliartrite nodosa, bem como outras patologias renais, sistêmicas e reumatológicas.
As vasculites, citadas anteriormente, são inflamações dos vasos sanguíneos de órgãos como rins, articulações, sistema nervoso central e vias respiratórias que ocorrem quando as paredes são invadidas por células do sistema imunológico causando estenose (estreitamento), oclusão, formação de aneurismas e/ou hemorragias.
Por causa da estenose, um dos principais efeitos causados por elas, o aporte sanguíneo sofre diminuição em todo o corpo, o que pode causar problemas e lesões em qualquer sistema. Podem ser primárias (forma mais rara que agride diretamente os vasos sanguíneos) ou secundárias (associadas a uma doença de base).
Os sintomas variam de acordo com os vasos comprometidos e órgãos atingidos, mas podem incluir:
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Mal-estar;
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Febre;
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Sudorese;
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Fraqueza;
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Cansaço;
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Perda de apetite;
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Emagrecimento;
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Dor abdominal e nas juntas;
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Urina escura ou com sinais de sangue;
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Tromboses;
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Aparecimento de manchas vermelhas na pele;
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Perda de sensibilidade nas áreas adjacentes às inflamações.
Entre outros.
É comum que as vasculites estejam associadas a outro distúrbio reumatológico. Assim, o médico mais indicado para diagnosticar e conduzir todo o processo de tratamento é o angiologista ou reumatologista. Ao perceber qualquer sinal da doença, é imprescindível buscar um especialista imediatamente.
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